segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Historia de Caboclos II.

Irmã Terezinha Geles
Zé Honório.

    Fizemos grandes amizades no Amarelão: Dedé Barbosa, Pequinho, Raimundo Louro, Dona Neide, a IrmãTerezinha, Dona Tiquinha e o finado Didi. Seu Honório sempre me escutou e apoiou minhas iniciativas, porém cabreramente, manda os sobrinhos no seu lugar. Mais arredio ficou quando resolvemos dar assistência aos Euletérios do Catú indo então pro Amarelão Jussara Galhardo que infelizmente teve dificuldade em se relacionar com os homens da comunidade, reforçando a corrente da Irmã Terezinha que a tempos lhe ofuscava o brilho. Ele tinha grande carisma. Certa vez, para quebrar a resistência de seus parentes em aceitar a identidade indígena levei na comunidade o empresário Augusto Maranhão que foi comigo na sua Hilux distribuir peixe na semana Santa, ato de devoção da família,,, chegamos na casa do tuixa, naquela caminhoneta preta e logo as frentes das casas se encheram de Mendonças e com brevidade chegavam mais, porém dali, não se moviam. Logo o velhinho sai pedindo desculpa pela demora, que estava botando uma camisa,,, sorria satisfeito com  nossa presença nos convidou a entrar, ofereceu café, e logo uma cabeça  assoma a porta sorrateiro: um sobrinho mais chegado aparece e pede-lhe a benção reticente e o tuixá sorridente lhe pede que chame algumas pessoas, mas as mesma já iam chegando apreensivas. Porém logo se alegraram por nos reconhecerem como o irmão da engenheira dos poços e a noticia dos peixes os deixou ainda mais contentes, porém de forma muito contida, apenas Seu Honório não escondia o largo sorriso. Lá fora a enorme família dos Barbosa, se acercara do terreiro da casa, porém em perfeita ordem e silêncio. Os peixes foram distribuídos sem arrelia ou estrupícios. Na absoluta dignidade.
Porém a que causam grande impacto foi quando afirmamos que o moço que ali estava era também caboclo e que descendia de uma índia cujo filho fundou Natal, governou a capitania duas vezes e que enfrentou os franceses no Maranhão e dai o nome dele ser Augusto Maranhão, como eles sendo Mendonça ou Barbosa (as duas principais clãs) já se sabe que é caboclo. Sendo o fato confirmado pelo empresário e, formou-se um leve burburinho de murmurais deles conversando discretamente... o tuixa nos agradeceu  e finamente fomos a cara de Pequino e a cena se repetiu para uma plateia menor.
Dias depois Pequinhos, companheiro de Didi Barbosa, que havendo militado com os Sem Terra e conseguido a Assentamento Santa Terezinha resistia a ideia de ser caboclo, desfalcando o Movimento. Estava sorridente e vinha acompanhando de outro morubicha da leta ruas sem Terra: era o Raimundo Lauro. Após os cumprimentos e apresentação Pequinho Barbosa disparou a frase: se aquele sempre serio não tem vergonha de ser ele, vou ter ? eu sou é caboclo. 

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